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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O perigo do culto sem pregação

Há alguns anos, ouvi a respeito de um show que uma cantora gospel realizou num grande templo evangélico, na cidade de São Paulo: "Foi tão bom que nem precisou de pregação!" Infelizmente, esse menosprezo pela exposição da Bíblia tem se tornado cada vez mais comum. Em contrapartida, ouço pessoas declarando amor por Cristo. Penso que o amor a Deus implica confiança nele; esta, por sua vez, implica a tentativa de obedecer-lhe, que é uma atitude de quem valoriza o que ele diz em sua palavra. Não sou contra que se declare amor por Cristo, mas me assusta a contradição entre a facilidade com que tanta gente confessa amá-lo e o menosprezo que tantos demonstram pela pregação das Escrituras nos cultos.
Há uma afirmação de C. S. Lewis que tem muito a ver com essa contradição: "Não há sentido em dizer que confiamos em tal pessoa se não aceitamos seus conselhos". De fato, confiar implica ouvir e valorizar o ensino da pessoa que consideramos confiável. Se dizemos amar a Cristo e confiar nele, é de se esperar que queiramos ouvir e aceitar o que ele tem a dizer. Ora, se o ensino e os conselhos de Cristo estão na Bíblia Sagrada, é indispensável a exposição fiel de seu conteúdo no culto, para que o conteúdo dos louvores, da oração, da oferta permaneça fiel à verdade nela revelada.
Se pensarmos o quanto a saúde espiritual da igreja depende do ensino e da pregação fiel das Escrituras, veremos o quanto é preocupante descartarmos esse momento do culto e aceitarmos que seja substituído por algum falatório vazio ou algum entretenimento. É como dizer a Cristo: "Tu és meu Senhor, meu amigo, mas não preciso dos teus conselhos". Conscientemente, alguém que professe ser cristão não diria isso a Deus. Mas é exatamente o que lhe dizemos, quando desprezamos a exposição da Bíblia Sagrada; não importa quantas declarações de amor cantemos para ele. Na verdade, se lhe dizemos isso com nossas atitudes, ele ainda não é nosso Senhor, nem nosso amigo.
Deus jamais aceitará um culto sem o conteúdo de sua palavra. Isso nos dá o dever de repensar o valor da pregação, pois quando esta é descartada ou quando seu conteúdo não tem compromisso com a palavra de Deus, toda a adoração torna-se vulnerável a conteúdos corrompidos por falsos ensinos. Precisamos, urgentemente, que Cristo volte a ser o centro da nossa vida, que volte a ser o centro da nossa oração, da nossa pregação, do nosso louvor, de toda oferta que depositamos diante dele.
Sem Jesus, faz algum sentido nos reunirmos para celebrar? O Cristo a quem temos declarado amor é o Deus das Escrituras ou algum que inventamos? Se a pregação da palavra de Deus nos for negligenciada, nosso culto, consequentemente, se esvaziará do conteúdo que deve fundamentá-lo: a verdade. Considerando isso, estamos diante de um sério perigo, pois Jesus afirmou ser a própria verdade (Jo 14.6); também orou ao Pai: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). Ele é a verdade, a palavra de Deus encarnada, revelada na palavra de Deus escrita, a Bíblia Sagrada. Portanto, onde não há palavra de Deus, não há verdade, e onde não há verdade, não há Cristo.

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Eudoxiana Canto Melo

Sinceridade

Sinceridade é uma coisa que anda em falta entre amigos. Está cada vez mais difícil encontrá-la. Mas ainda existe, o que é bom. Porque não há amizade que perdure num clima de falsidade, enganos. Sinceridade é pré-requisito para um relacionamento duradouro.
Há ocasiões em que é preciso dizer verdades que um amigo precisa ouvir, mas nos calamos, por medo de que sejamos mal interpretados e o relacionamento se quebre. Se resolvemos mesmo deixar pra lá alguma coisa, isso não significa que houve falta, de nossa parte, de sinceridade. Mas se decidimos abrir o coração, que seja com amor e respeito. Tire o respeito e amizade e, como diz Cícero, "você a privará de sua qualidade mais admirável".
Pessoas amigas precisam ser sinceras. Se você se sentir ofendido, não se magoe nem se afaste, mas procure seu amigo. Entre vocês não deve haver problemas pendentes. Na experiência relacional acontece de magoarmos sim, por atos e palavras. São mancadas, devem ser perdoadas, ao invés dos distanciamentos e sumiços inexplicáveis.
Amigo falha e nós também. Para que se exigir somente do outro a sinceridade? É preciso reconhecer também nossos erros e, por mais difícil que seja, temos de aprender a ouvir e "dar o braço a torcer": Desculpe, eu errei, e a amizade, ainda que balance, não cairá, ficará mais firme e mais madura. Se o procedimento não for esse, aí sim, faltamos com a sinceridade e a amizade é rompida.
Como são boas e importantes as verdadeiras e sinceras amizades. Mas, nada de "poder" de um sobre o outro, a não ser respeito para com as diferenças e muita igualdade nos deveres e direitos.
Boas e sinceras amizades são grandes valores da vida.
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Pastor Eli Fernandes de Oliveira